Eu precisava escrever. Sabe-se lá o quê. Sabe-se lá para quem. Palavras, às vezes, não tem motivo, nem destinatário. Textos, muitas vezes, são secreções que saem de uma alma ferida. E precisam continuar saindo para que a ferida possa cicatrizar. E eu escrevo agora para continuar vivendo, porque esse líquido amarelo-esverdeado, misturado com sangue, fétido e nojento, é a prova de que o meu corpo reage às dores que sente. Já escrevi muito sobre amor, saudade, esquecimento, paixão (quase nessa ordem), mas esqueci de falar sobre mim. Eu sou só aquela que ama, sente, esquece e é esquecida? Acho que sou mais. E preciso acreditar nessa última afirmativa para conseguir levantar amanhã cedo. Preciso de chocolate, tempo para escrever sem culpa, banho de mar, caminhar por aí, você. Porra, e eu que não ia falar de paixão!
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