8 de novembro de 2011

Tomates



Como de costume lembrei do sol se pondo atrás de você, e das suas palavras ditas com um sorriso frouxo. "Não fique assim, não é que não te ame mais, só estou te deixando agora. Não é o fim de tudo." E sem querer te ver partir, virei as costas e continuei a caminhar pra lugar nenhum. Só queria fugir daquele presente. Que as lágrimas queimassem o meu rosto, que o vento frio me congelasse...antíteses, oposições, isso! Tudo era contrário. E eu que contava com você para ser meu porto seguro, te vejo afundar os planos. Depois de contar os dias pelos seus abraços, depois de tomar seus problemas como meus, por preocupação, depois de tecer o futuro mais bonito e fazer de tudo pra tentar alcançá-lo, depois de tudo, eu não acho que merecia te ver tão distante e saber que está bem, que deu a minha felicidade para outra pessoa. Você sabe que não gosto de ser inconveniente, não sabia que nos encontraríamos ali, nós três. Uma vez mais me afastei e dei espaço para sua vida sem mim, dessa vez te vi olhar pra mim e não compreendi o que queria dizer, porque nossa ligação já havia sido rompida há bastante tempo. Em seguida te observei voltar a escolher tomates, tranquilo, como quem não se surpreende. Muita gente não sabe se o tomate é uma leguminosa ou uma fruta. Também não sei. Mas tenho certeza de que o tempo não dobra sobre si mesmo e que as suas lembranças do passado foram apagadas por um presente melhor. Mas eu sei que essa é só mais uma das coisas do amor. E não venham dizer que se é amor dura pra sempre. As vezes o amor acaba. E fim.

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