5 de agosto de 2014

A[go]ra

Agora que o meu peito está vazio e o quarto tão cheio de objetos espalhados (retrato da confusão que existe em mim) sei que é hora de você chegar. Te espero sem vestido novo, sem precisar arrumar o cabelo ou esconder minhas imperfeições, porque quero que olhe de perto tudo em mim. Não vou esconder minhas cicatrizes, porque elas me fazem lembrar que sobrevivi, e quanto às minhas feridas, se deixo a porta aberta para você entrar, é porque elas já não causam risco de contaminação e não vão doer caso esbarre nelas distraidamente. Embora te faça um convite para entrar, traga-me girassóis, chocolates e um coração capaz de receber e dar Amor, pois estas são as senhas de acesso à minha vida. Não te espero, porque esperar combina com tempo passado e o meu tempo é agora. E o seu também. Vem.

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