Estamos às vésperas da Copa, aquele evento mundial que reúne países de todos os continentes e torna todo mundo ufanista. Nessa época vestimos verde e amarelo da roupa íntima até o elástico do cabelo; enchemos o prato com milho e ervilha porque "dá um colorido bonito"; as manicures aprendem a fazer bandeiras e o país inteiro diz em alto e bom som: sou Brasileiro. Com letra maiúscula e tudo mais, porque temos o melhor futebol do mundo, o sistema de votação mais moderno, uma biodiversidade invejável, um clima agradável e uma série de adjetivos que fazemos questão de exaltar nessa época.
O problema está no "nessa época". Quando a Copa acaba, sendo o Brasil campeão ou não, o nosso orgulho vai embora. Brasil volta a ser sinônimo de subdesenvolvimento. E já que estamos em um país de terceiro mundo , por que não tolerar a fome, a corrupção intrínseca na política, o desmatamento, a poluição, o esgotamento - por uso indiscriminado - dos nossos recursos naturais? Causamos problemas, escondemos problemas, somatizamos os problemas... Tentar resolver para quê? O Brasil não tem jeito!
Esquecemos que um país vai além dos seus limites territoriais. O principal elemento formador de uma nação é o seu povo. O povo é responsável pelas causas e consequências. Porém, para nos livrarmos da culpa, apontamos os erros e os aceitamos como se fossem imutáveis. Mas não são. Eu, você, todos nós, sendo jovens ou velhos, somos o passado, o presente e o futuro do Brasil. Cabe à nós valorizar o que chamamos de pátria.
A Copa vai acabar, alguém será vencedor. Que seja o Brasil! Torcemos para isso. Mas não deixemos o espírito nacionalista ir embora com o evento. Devemos transformar o orgulho em ações que justifiquem ainda mais o nosso amor à terra natal.
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