7 de agosto de 2011

O Inevitável

Tenho certeza de que vou me lembrar. Agora está tudo perdido. Tenho guardado detalhes seus suficientes para muitas noites saudosistas, muitos instantes inapropriados. Não adianta. Você recém-saído do banho, você atencioso/despretensioso, você adivinhão dos meus desejos ocultos... Você (e só você!) vai tomar posse da minha mente sem que eu levante 1 só dedo em oposição. Se for para usar as mãos, que elas sigam o caminho da sua nuca.


Porque é a tua voz que aquece o meu dia, porque é você que invade os meus sonhos, noite após noite, porque com você minhas palavras povoam o mundo exterior quase sem medo, por essas coisas e por minúcias que não me atrevo a dizer, sei que o inevitável me alcançou.


Construí montanhas de negação, percorri quilômetros tentando manter uma distância segura, tomei um placebo pra me fazer acreditar que estava tudo sob controle. Ainda assim hoje tenho que admitir que estava errada. Eu não estou perdida. Encontro-me as três da madrugada velando o sono de alguém que rouba minha calma, assume o controle dos meus pensamentos e aloja-se entre meus desejos. Todos os dias, você mostra o desconhecido em mim, e eu, que sempre tive medo de novidades e revelações, me pego surpresa e feliz diante do espelho. Tantas contradições e um sorriso bobo meio permanente. Sabe o que é? Satisfação. Sabe por quê? Sei que estou irremediavelmente amando você.

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