20 de março de 2015

Festa

Quantas vezes vou precisar dizer que não sou vela de aniversário? A chama acabou e não vai reacender no seu estalo de dedos. Não vê? As palmas já silenciaram e eu doei os presentes que recebi. Estou em festa sim, mas você não foi convidado. Admito que serpentinas caíram dos meus olhos, mas agora é tempo de jogar confetes pra cima. É tempo de banhar-me em comemoração. 

Me tiraram pra dançar e eu fui pra pista, pra balançar em outro ritmo. Enquanto o mundo girava, meus ouvidos devoravam música, minha boca ouvia o sabor do copo, meus olhos tocavam o corpo que se movia à minha frente, tão desconectado de tudo. Mas eu não era tudo. Eu era, e sou, um não-sei-o-quê singular, cheia de detalhes que você não percebeu, mas que alguém resolveu colecionar.

E estou te falando essas coisas agora pra que dê meia volta e leve seus balões. Não quero que fique triste. Nem feliz. Só não quero que fique. Adeus.

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