12 de janeiro de 2015

Sismonastia



Difícil é ver o tempo passar enquanto a minha pele esfria sem a sua. Difícil é o batom imaculado na minha boca, quase virando tatuagem sem ter você pra tirar. Difícil é esperar por um amanhã que nunca chega. Difícil é tentar apagar a parte racional de mim que diz que a sua vontade de vir já foi embora. Difícil é aceitar te ver partir sem mesmo ter chegado. Difícil é segurar essa ânsia de você que cresceu no meu estômago e agora invadiu o corpo inteiro. Difícil é controlar o arrepio ao lembrar do seu sorriso. Difícil é ter que engolir todas as coisas que planejei te contar e os beijos que desejei te dar. Difícil é desmontar meus melhores ângulos depois de tê-los reajustado para a sua chegada. Só é fácil desconstruir o sorriso. Este, ao entender que a sua presença aqui é apenas virtual, desfaz-se automaticamente, tal como aquelas plantas que se contraem ao serem tocadas.

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