Quando já havia abandonado a escola, recebi (junto com outro bom tanto de brasileiros) a notícia que a nossa gramática sofreria algumas mudanças. Os esclarecidos e bem informados que me perdoem, mas firo constantemente o português por não ter me apropriado das inovações advindas com o tal do "acordo ortográfico".
O que sei é o que o senso comum multiplicou: adeus trema, adeus acento de "idéia", adeus alguns hifens... Todo o resto deixo por conta do corretor ortográfico (bendito seja!). Deveria me preocupar? Deveria me envergonhar? Deveria voltar a estudar gramática? Acho que não. Uma hora aprendo as tais regras impostas, da mesma forma que precisei aprender, desde criança, palavras como "margens plácidas", "brado retumbante", "raios fúlgidos" - aprender por repetição, sem reflexão, tais como os ratinhos e macacos de Skinner da Psicologia Behaviorista. Afinal, vivemos num país onde #todossomosmacacos, não é mesmo?
E olha ela aí, a personagem principal desse texto; que me fez expulsar esse tanto de palavras e preencher a sua cabeça, caro leitor, de fuleco fuleiragem. Estou falando da hashtag (#). Há algum tempo havia uma certa heterogeneidade de nomes pelo qual esse símbolo era chamado: jogo da velha, sustenido, fogueirinha... Hoje a hashtag é consenso (inter)nacional. Seria mais uma das façanhas do tal acordo ortográfico? Não sei. Mas o fato é que ela veio pra ficar.
Se você, como eu, tinha dúvidas sobre pontuação (quando usar vírgulas? quando não usá-las? e o ponto e vírgula?), não tema! A danada da hashtag é a solução. Basta colocá-la à frente de qualquer palavra ou frase e todos perceberão a ênfase que você quis dar, a sua possível ironia, os diferentes substantivos a que você quer se referir... Parece que as suas vantagens não tem fim.
Depois de uma overdose de #meusaojoaofoichuchubeleza não podia deixar de me render às maravilhas dessa nova aquisição da língua portuguesa (virtual).
#ironiasodeleve
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